sábado, 21 de março de 2009

Para comemorar o dia da poesia, com grandes poetisas

Escolho três grandes Mulheres Portuguesas que viveram com grande garra e determinação em tempos pouco tolerantes a elas.

Florbela Espanca, Natália Correira e Sophia de Mello B. Andersen foram esposas , mães e grandes poetisas que marcaram a Literatura Portuguesa e são o melhor exemplo do seu sucesso feminino, num mundo dos homens.

São estas as minhas escolhas para comemorar o dia da poesia e a entrada triunfante da Primavera, brindando com um pequeno espaço de poesia, que convido a todas a ler e "beber"cada palavra escrita por essas célebres senhoras.






"E acabada a tarefa, em paz, contente,
Um dia adormecer serenamente
Como dorme no berço de uma criança."

Eu queria,Senhor, poder levar
A paz ao Mundo, a paz a toda a gente,
Fazer-Te conhecer, fazer-te amar.
«E acabada a tarefa, em paz, contente.»

Fugir ao Mundo, à sua confusão,
A todas as loucuras do presente;
De modo que ao partir pudesse então
«Um dia adormecer serenamente.»

É sonho, é utopia, mas... enfim!
(Como é bela a ilusão e doce a esp´rança!)
Eu queria poder dormir assim
«Como dorme no berço de uma criança.»

Florbela Espanca

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Que silêncio é esta voz
Que num soluço suspenso
Chorará dentro de nós?

Oiço o silêncio falar-me
Sempre que me encontro a sós.
Se o silêncio também fala,
«Que silêncio é esta voz ?»

Até entre a multidão
Eu me pergunto e penso:
Há mais sofrer, ou mais mágoa,
«Que num soluço suspenso?»

Como se um rio de dor
Fosse correndo p´ra foz,
Será que o Mundo inteiro
«Chorará dentro de nós?»

Natália Correia


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Houve instantes de força de vontade e de verdade...
Era o cantar de um deus que me embalava
Enchendo o céu de sol e de saudade

Cansada fui sentar-me na campina
Cismando na fraqueza desta idade...
Lembrando que nos tempos de menina
«Houve instantes de força e de verdade.»

Depois adormeci; e um passarinho
Veio pousar ali, onde eu estava;
E o seu canto de amor e de carinho
«Era o cantar de um deus que me embalava.»

Ao acordar assim, agradeci,
Agradeci a Deus tanta bondade.
E a avezinha voou, quando eu parti,
«Enchendo o céu de sol e de saudade.»

Sophia de Mello B. Andersen
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Nota: imagens retiradas da Internet

7 comentários:

Angela disse...

Sensacional sua escolha elas são belas poetisas,adorei as poesias que postou tambem.
Minha amiga estou em falha com os amigos blogueiros e hoje tentando colocar tudo em dia.
Muito trabalho e pouco tempo.
Beijos

Unknown disse...

suzana - li os poemas e achei lindos - existe um detalhe - sou a escoria da escoria aqui no brasil - o mundo de voces sao diferentes. - fiquei arrepiado com o potencial de mexer com sentimentos - sou do ultimo mundo e voce é do primeiro e a poesia pode nós ligar. obrigado pelo post. abraço suzana e muito sucesso em todos os teus objetivos.

Susana Falhas disse...

Angela: Obrigada pela visita e pelas palavras!

Um abraço, Susana

Susana Falhas disse...

André: Seja bem vindo ao meu cantinho!

Obrigada pela análise aos poemas e por descobrir o quanto somos diferentes, apesar de falarmos a mesma língua.

Um abraço e volta sempre!

casa da poesia disse...

"Queen of all the me, Radiant Light,
life-giving woman..."...!?...linda escolha a tua!...salut!

comunicadoras disse...

Oi Amiga Susana
Atrasada, mas só para lhe dizer que adoro poesia, gosto de ler e reler...e em tom de brincadeira direi "com as três velocidades do Algarve:devagar...devagarinho...e parado....
Só assim se pode apreciar

Até breve
Herminia
comecardenovopt.blogspot.com

Anónimo disse...

Minha querida amiga

Como tenho tanta dificuldade em comentar, escrevo sem ter a certeza de conseguir, pois nunca me aceita o comentário, veremos se é desta.
Adorei a poesia e vou deixar-lhe aqui uma minha como prova da minha amizade:

Rendição

Rendida ao cansaço das horas
Travo comigo um diálogo surdo
Há uma dor que me consome.
Um raiva oculta dentro de mim.
Assim?!
Limpo os olhos às mãos chorosas
Estremeço desse tremor absurdo
Dentro de mim palavras clamorosas
E só, sento-me na Vida!
Vencida!
Dou por mim rendida!
Repetindo mais um triste dia
Como palhaço num circo, sem alegria.

Beijinho
natalia