quarta-feira, 28 de julho de 2010

A minha vida mudou com as Aldeias Históricas (2ª parte)



A espera era demasiado longa. Não aguentávamos esperar tanto para iniciar o projecto. Até que num belo dia, em Belmonte, conheci a Graça, uma corajosa senhora que decidiu trocar a vida estressada de Lisboa, pela pacata vila de Caria. Apostou no património que herdara do seu avô e decidiu transformá-la numa Casa de Turismo Rural, o Passado de Pedra. Quando lhe disse que estava à espera de apoios para concretizar o meu projecto, disse-me:

“Não podes estar à espera de apoios. Deves arriscar e seguir em frente, com os meios que tiveres ao teu alcance,. O país tem que ter iniciativa e não pode estar à espera de dinheiro e de fundos da União Europeia. Assim, ninguém consegue fazer nada. Olha o meu exemplo: remodelei a minha casa de Turismo., apenas com os meus recursos e hoje não devo nada a ninguém.” Fiquei a matutar naquilo

Decidimos seguir o conselho dela. Procurámos outros apoios mais rápidos e eficazes que pudessem dar capacidade de resposta para o que verdadeiramente necessitava a empresa. Contratámos 3 jovens licenciados desempregados (A Lena, o Tiago e a Vera), ao abrigo do programa do Inovjovem e começámos a concretizar este projecto em Setembro de 2009.

Com uma equipa jovem, qualificada, acreditámos que o nosso projecto tinha tudo para ser concretizado. Investimos o nosso tempo com muito trabalho, dedicação e sacrificando alguns momentos em família.

A força e vontade de seguir em frente, ultrapassando todos os obstáculos e dificuldades que fomos encontrando, deveu-se ao facto de acreditar na magia que existe nessas aldeias Históricas, capazes de emocionar, como emocionou os meus filhos, quando visitaram pela primeira vez a aldeia de Marialva.

E o resultado está à vista: no dia 10 de Junho de 2010 fiz o Lançamento do guia turístico das Aldeias Históricas de Portugal na cidade de Trancoso.

Brevemente estarei a apresentar o livro nas principais cidades do país. Quem quiser pode espreitar aqui o primeiro capítulo...sobre Piódão.

Uma nova etapa da minha vida começa agora, depois de tantos anos à deriva...



E Boas férias !

Voltarei com novas novidades em Setembro!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

A minha vida mudou com as Aldeias Históricas (1ª Parte)



Tudo começou há cerca de três anos atrás. Estava à espera de uma oportunidade para ter uma carreira, como docente de Português e de História. Em 10 anos, apenas tinha conseguido leccionar durante 4 anos. A espera tornara-se demasiada e já não aguentava continuar na expectativa de ser, ou não, contratada para substituição a curto prazo. Não podia continuar assim. Precisava de fazer algo para mudar a minha vida, mas não sabia o quê, pois toda a minha vida tinha sido programada para ser professora, como a minha mãe.

Até que um dia, numas férias de Verão, surgiu a ideia de enveredar pela área da promoção do Turismo. “Empurrada” pelo meu marido, passei a ser empresária em nome individual e aventurar-me, com a marca “Susitour”. Durante cerca de nove meses, tentámos promovemos férias no Algarve, quando a crise estava a dar os primeiros sinais. Não estava a correr bem e já estava decidida a acabar com tudo, por muito que me custasse dar esse passo, depois de ter aprendido tanta coisas em que não imaginava fazer, como entrar no mundo de bloggers.

Não me agradava desistir, não depois de ter decidido deixar o ensino. Parei para pensar e analisar a minha vida. Dela retirei uma conclusão: estava a seguir o caminho certo, mas em sentido contrário. Descobri que a minha verdadeira missão estava à minha frente, mas nunca a tinha enxergado. O Algarve já todos conhecem, ao contrário da minha região, a Beira. A região que realmente precisa de ser promovida e valorizada é a Beira, em particular a Mêda, minha terra Natal, onde se encontram alguns tesouros, que merecem ser valorizados e estimados como tal. As aldeias de Marialva e de Longroiva, fazem parte dessas relíquias, pela sua História, Património e pela ligação que eu tenho com elas, das memórias de infância.

Algo me dizia que deveria seguir por aí, começando por explorar a ideia de Marialva, como uma aldeia classificada como Aldeia Histórica de Portugal. Para isso tinha que conhecer o seu conjunto das 12 Aldeias Históricas: confesso que desconhecia grande parte delas. Olhando com olhos de uma verdadeira turista, descobri que havia muito para fazer, especialmente, no que toca na sua promoção turística. Os 8 volumes da Carta de Lazer da Inatel que divulgaram as Aldeias nos anos 90, estavam esgotadas. Não existia um guia turístico que contemplasse as 12 belíssimas aldeias. Estava perante uma oportunidade, que tinha tudo a ver comigo.

Procurei informar-me sobre eventuais apoios para esta ideia. Soube que iria abrir em finais de 2009 o processo de candidatura do Provere das Aldeias Históricas. Eu e o meu marido criámos a empresa na hora com o nome “Olho de Turista” e apresentámos a nossa candidatura, bastante ambicioso, à Associação das Aldeias Hist. P. Depois de pré aprovado pela associação esperámos.

( Na próxima semana descubram a segunda parte da minha história de vida)

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Como me tornei "blogguer"! (segunda parte)

Entretanto, em Fevereiro de 2009, criei uma empresa : a Olho de Turista., especializada em Informação turística. Tínhamos alguns projectos em mente, um dos quais a criação de um cartaz cultural de eventos na Beira Interior: as festas e tradições;


Atrás desse blogue, veio outro, o da Aldeia da Minha Vida, com o intuito de dar espaço a tantas outras aldeias espalhadas pelo nosso país, desde os Trás-os-Montes ao Algarve. Achei que deveria fazer algo diferente: dar a possibilidade de os bloguistas e não bloguistas, postarem sobre as suas aldeias em simultâneo na Aldeia e nos respectivos blogues. Dessa forma permitiu a divulgação e a interacção colectiva entre todos os participantes. Aqui todos podiam falar sobre uma aldeia nas variadas circunstâncias:

-aquela que nos viu nascer, crescer e que a diversidade da vida, nos obrigou a afastar-nos dela, em busca de sonhos.
- aquelas onde nasceram os pais e avós;
- aquela , que simplesmente , nos apaixonámos , num passeio de domingo pelos recantos do interior.

Fiz esta minha proposta exactamente há uma ano atrás (10 de Junho de 2009). Ao longo desse tempo a Aldeia da minha vida recebeu a participação de vários bloguistas. Foram vários os momentos altos da Aldeia que fizeram a diferença.Conhecemos e interagimos com muitas pessoas de vários pontos do mundo que têm gosto em partilhar experiências vividas nas suas aldeias; Foram abordados vários temas sobre as aldeias e tudo o que liga a elas, como as tradições, costumes, as férias…

Quem nos acompanhou e acompanha, sabe que foi a Aldeia a responsável pelo nascimento do nosso bloguista, o poeta João Celorico, que tanto gosta da sua linda aldeia – Salvaterra do Extremo;

Culpem a Aldeia por colocar no mapa a aldeia da Cabeça, muito bem representada pelo nosso amigo, José Pinto.

Difícil é de esquecer amigos da casa que desde o primeiro minuto abraçaram a Aldeia: Pascoalita, a Elvira , o António Regly, o Sr. Acácio , o Sr Artur Couto, a Cristina, a Eugénia da Cruz, entre tantos outros.


Depois de um ano, achei que seria oportuno reunir todos os nossos amigos para fazermos uma blogagem colectiva diferente: Um encontro de Bloggers.

Depois de tantas emoções partilhadas à volta da Aldeia, criada como uma autêntica sala virtual de convívio, chegou a hora de nos sentarmos, cara a cara, numa sala real, sem teclados nem ratos, como intermediários. Olhos nos olhos vamos escutar a melodia das palavras, que no mundo virtual permanecem quietas no silêncio.

E todos vocês já conhecem como tudo correu na fotoreportagem que pubicámos aqui.


 Para além de bloguista, resta agora revelar quem sou eu...

Na próxima semana irei revelar o  meu outro lado mais "realista"...

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Como me tornei "blogguer"! (primeira parte)

Sou blogger há cerca de dois anos. E posso dizer que, não foi fácil, para quem pouco mexia nessas coisas de emails, internet, a ideia de poder escrever e postar facilmente textos na internet sem a ajuda de informáticos ou de terceiros, agradou-me imenso.
Fiquei verdadeiramente viciada do teclado… quantas vezes ia dormir a pensar nos bloggers…não só de blogues, mas de tudo o que tinha a ver com comunicação virtual em rede.

E o culpado disso tudo foi um grande amigo e colega de faculdade, também ele um bloguista daqueles que não tem papas na língua, no que toca a criticar o verdadeiro estado em que vive mergulhado o país. Trata-se do José Carreira, do blogue “Cegueira Lusa”. Foi ele que me ensinou a criar o meu primeiro blogue : “Susitour, com Olho de Turista” .

Nessa altura ele sabia que tinha enveredado pela área da Promoção Turística e aconselhou-me a criar um blogue, para obter feed-back junto do público em geral.

Entrei num mundo que até aí não imaginava existir. Poder entrar em contacto com outras pessoas, incluindo do outro lado do mundo, a uma distância de um clique, tornava-se aliciante essa tarefa. Graças ao blogue conheci imensa gente, que de outra forma seria improvável algum dia tomar conhecimento delas.

De repente passei de um para quatro blogues. Agora perguntam-me vocês: Porquê tantos Blogues?
Para ter uma desculpa lá em casa? Para entupir os canais da net? Errado!

Descobri que o bloggers era um mundo cheio de possibilidades, em que de dia para dia nasciam blogues novos, com variados temas para todos os gostos.

Passado algum tempo, achei que o primeiro blogue não era suficiente. Tinha assuntos de outra natureza para explorar e partilhar com todos os bloguistas. Nasceu então o Clube das Mulheres Beirãs.decidi dar-lhes um lugar “ao sol”, pelo menos uma vez na vida, homenageando-as no Clube. 

No entanto, tinha outros assuntos também importantes para partilhar, que diziam respeito à minha formação e às minhas raízes : o Património, a História, a Natureza, a Cultura das nossas aldeias.


Estava a amadurecer uma ideia ligada ao projecto das Aldeias Históricas de Portugal, em que Marialva, uma das aldeias do meu coração, se encontra inserida. Localizadas em três distritos da Beira interior (Guarda, Coimbra e Castelo Branco), foram distinguidas 12 aldeias: Almeida, Belmonte, Castelo Rodrigo, Castelo Mendo, Castelo Novo, Marialva, Trancoso, Sortelha, Monsanto, Idanha-a- Velha, Piódão e Linhares.

Nos anos 90 foram bastante divulgadas pelo país fora. Essa euforia depressa se converteu no silêncio. As aldeias corriam um grande risco de caírem no esquecimento. Achei que poderia fazer algo por elas, criando um blogue, sobre as suas gentes, as tradições e a sua História. Esse blogue ensinou-me imenso: para além daquela que já conhecia desde pequena, descobri as outras aldeias, que me prenderam a atenção, no primeiro minuto. A interacção com as pessoas que seguiam este blogue, incluindo do Brasil, motivaram o meu trabalho, feito por amor “à camisola.”


( na próxima semana continuamos)