quarta-feira, 30 de setembro de 2009

“A FELICIDADE NÃO É UMA META, É UM PERCURSO” (2ª parte)



Duas crianças a passear
Foto tirada da Internet

Maria, a mais nova, é o catalisador de energia, não deixando tempos mortos à mãe. A família dá permanentemente o seu contributo em todos os aspectos. “Ajudam-me nas questões do carro. Nas férias, vamos todos juntos. É um apoio incondicional. Também é notório que somos poucos, mas enchemos uma casa”, realça cheia de ternura. E remata com um episódio engraçado. “Em Julho, percorri 1200km com as minhas filhas. Íamos de férias. Perdemo-nos e tive de aprender a pôr gasolina pela primeira vez. Só dei conta que o depósito estava cheio quando o combustível começou a cair aos meus pés”, refere com uma risada.

É pelas filhas que tudo faz. No entanto, existem sempre situações penosas, difíceis de evitar. “Quando estamos numa reunião da escola ou numa festa de anos e uma criança grita «papá, papá», eu vejo o rosto triste das minhas meninas por não poderem fazer o mesmo. É quando me dói mais”. Entretanto, na escola, a primogénita aproximou-se de um menino cujo pai faleceu num acidente de viação. “A Marta é muito unida a esse menino, talvez por terem esse triste ponto em comum. São o suporte um do outro”. A amizade e a dádiva ao outro são dois dos valores transmitidos por Dina. Os bens materiais e o estatuto não são os mais importantes. “Quero que as minhas filhas sejam muito felizes, sejam elas varredouras de rua ou ministras, tenham um carro topo de gama ou um pequeno. Procurem sempre a felicidade”.

Escola Superior de Educação de Viseu
Foto tirada da Internet

Outra mudança é o ingresso para um curso superior. Um amigo, professor na Escola Superior de Educação de Viseu, incentiva-a a inscrever-se no curso de Publicidade e Relações Públicas. “Ele liga-me dizendo que estavam abertas inscrições para um curso que era a minha cara. Era para mais de 23 anos e eu tinha que me matricular. E foi o que fiz”. A experiência tem sido proveitosa a 100%. Dina tem interagido com pessoas de todas as idades e trocado vivências com adultos e “miúdos”. “No meu 1º ano, a nota mais baixa que tive foi 12. Tento sempre ir as aulas todas. Um aspecto divertido é que nós, os trabalhadores-estudantes e os mais “velhos”, somos um pouco o contra-peso dos mais novos. Há um convívio saudável”. Lutadora e decidida, vive a vida ao segundo. O seu desejo é acabar o curso com tranquilidade, meditando um ano de cada vez. “Claro que já fiz noitadas para fazer trabalhos, mas nunca me ocorreu desistir. Já fiz também trabalhos de grupo e participei em alguns jantares de turma. Não muitos porque em primeiro lugar, estão as minhas filhas”, esclarece, demonstrando o amor profundo que sente por elas.


Imagem tirada da Internet

E perspectivas futuras para si mesma? De momento, Maria Aldina não sente a necessidade de ter outra pessoa na sua vida, nem cogita muito nisso. Pois, um dia, se tal vier a acontecer, sabe que tudo passará pela aprovação das filhas e também pelo inevitável processo de comparação. A sua alegria pessoal centra-se sobretudo na sua realização profissional. Dina tem o curso de Educação Social, tirado em Lamego e trabalha actualmente na Loja do Cidadão de Viseu, na área de atendimento ao público. Gosta do que faz, mas espera tirar frutos do curso que está a tirar actualmente. “Adoro o contacto com as pessoas. E embora não faça planos, espero que o curso de Publicidade e Relações Públicas me traga novos horizontes e novas oportunidades”, conclui, olhando em frente, para o destino e sorrindo carinhosamente.

7 comentários:

Unknown disse...

Parabéns á Maria Aldina e ao Clube das Mulheres Beirãs!
Que história de Vida! Que Testemunho na primeira pessoa! Um verdadeiro exemplo a seguir pelas senhoras e não só!
A Felicidade é mesmo um percurso e não um destino!
Deus vos abençoe, em especial ás crianças da Aldina!
Um abraço!

Amores da minha vida disse...

Maria Aldina é uma mulher corajosa e também de sucesso. O seu êxito não se deve só ao curso em si, mas sim porque na escuridão da sua vida ela lutou pelo sol. É preciso coragem para reaprender a viver...

rendadebilros disse...

Este sítio também revela muito dinamismo...
Beijos.

Helena Teixeira disse...

Tem toda a razão,Bela.
Ainda hoje,ao falar com uma beirã (verão mais tarde a sua entrevista),senti ainda mais essa sensação de nós sentirmos no escuro e das nossas forças nos fazerem lutar de encontro à luz.
Aí damos valor a tudo na vida,tudo até ao mais pequeno pormenor.

Jocas gordas
Lena

Susana Falhas disse...

Mestre e Bela: Obrigada pelos comentários! A Maria Aldina merece!

Bjs Susana

susanita disse...

Esta história de vida faz-nos pensar que a maior parte das vezes só ligamos a coisas sem importancida!
Esta MULHER mostra-nos como devemos dar valor á vida que temos, pois mesmo depois de ter passado por momentos muito dificeis nao desistiu de viver!
E faz isso por si e pelas suas filhas, que devem ter muito orgulho da mãe que têm!

Anónimo disse...

Grande mulher! Força e que tudo o que deseja lhe aconteça. Bjo.