quinta-feira, 30 de abril de 2009

O filme da minha vida :" Chocolate"

Imagem retirada da internet


Chocolate: baseado no romance de Joanne Harris.


Tive o grande prazer de ver, primeiro no cinema, quando estreou em Portugal, estava eu a estudar na faculdade. O filme ficou no meu coração.


Anos mais tarde, tive a oportunidade de ler o livro. Ler o livro fez-me relembrar,a par e passo as principais cenas do filme, que me conquistou logo no primeiro minuto.


Já tive a oportunidade de o rever, pelo menos duas vezes, e não me canso da história.

Ganhei o DVD do filme há cerca de dois anos, numa promoção de combustíveís.

Fiquei feliz por pensar que poderia voltar a revê-lo, sempre que quisesse, mas até hoje, ainda não tinha sequer aberto...com dois filhotes que teimam ter toda a atenção, por vezes acaba por ser difícil ter um tempinho para mim...


Foi preciso a blogagem colectiva , dinamizado pela Vanessa sobre "o filme da minha vida" ( que eu espero ter postado a tempo...) para obrigar a abrir o pacote , sentar-me no sofá e deliciar-me , mais uma vez com este filme!
Aqui vai a história:
retirada da internet

Vianne, protagonizada pela Julliette Binoche, e a Anouke são mãe e filha que deambulam pelo mundo ao sabor dos ventos do norte, seguindo a tradição da família. Foi a vez de se instalarem numa pequena e conservadora aldeia francesa .
Herdeira do conhecimento do poder do cacau, capaz de despertar os desejos mais profundos e mudar destinos, Vianne abre uma Chocolaterie Maya em plena da Quaresma , quando é tradição a prática de jejum até à Páscoa.

Os aldeões resistem no início , pelo facto do Conde Reinaud, a pessoa mais respeitada na aldeia, considerar Vianne uma mulher indecente, de má influência, e de condenar a abertura da sua loja, na quaresma.
Mas acabam por ser conquistados pela estrangeira. Com o seu chocolate e os seus dons mágicos conseguiu:
Adivinhar os desejos mais profundos de cada um;
Despertar sentidos
Descobrir pontos fracos
Desvendar feridas familiares profundas, que teimam em persistir.
E fazer acreditar que é possível ser feliz,mudando para melhor!
São Mil e uma receitas sem igual, com 2 mil anos de saberes , tentações suficientemente fortes para quebrar uma tradição cristã desses aldeões...

Ela consegue o impossível : a aproximar as pessoas, a tornarem-se mais sociáveis e amáveis umas com as outras e acima de tudo a experimentarem os seus desejos mais secretos.
Corajosa, encara de frente, de uma forma natural , o enraizado preconceito da aldeia.

Mas tudo ficou ainda mais interessante com a chegada de Roux, protagonizado por Johnny Depp, num barco de ciganos, que se atraca no rio da aldeia .
No entender do conde, os moradores desse barco são prejudiciais para a aldeia, ao ponto de impor um boicote à moralidade: ninguém abra as portas a essas pessoas…
Vianne, como não poderia esperar outra coisa, quebrou a imposição e assim começou uma bela história de amor e comprou uma verdadeira guerra contra Rynaud, que conseguiu que grande parte dos aldeões se afastassem dela.
Apesar de tudo,conseguiu sobreviver até à Páscoa e fazer Reynaud redescobrir o verdadeiro prazer da vida, com o seu chocolate.

As pessoas transformaram-se no Domingo de Páscoa: uma “liberdade da tranquilidade”pairava pelo ar, para os aldeões e para as estranhas, mãe e filha.
Estavam preparados para a descoberta do verdadeiro prazer da vida , para além do simples saborear de iguarias, livres de preconceitos.
E uma nova mudança se verificou na vida das duas estranhas:
Pela primeira vez chegou o vento do norte e não tiveram necessidade de partir para outro lugar. Talvez tenham encontrado o lugar que tanto buscavam há gerações, nesta pequena aldeia francesa.
E assim acaba a história!
Agora, para quem conseguiu ler este post inteiro, vou contar um pequeno segredo:
Adorei ver e rever o filme, li e recontei vezes sem conta a história para quem quis ouvir...mas... eu não gosto de chocolate...os meus homens lá de casa não têm que lutar para dividir comigo...deixo a luta para eles...
Foi um prazer falar sobre o filme e o chocolate!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Deixar de ser virgem: só numa "entrega de Corpo e Alma"




2009-04-27 21:25:03
Ontem , dia 27 de Abril, decorreu no Porto o Congresso Internacional sobre o Desejo,onde o Clube das Virgens teve a sua participação activa, para lembrar que o sexo vem com o amor e que este não escolhe idade.

O Clube das Virgens nasceu em Janeiro num blog : http://clubedasvirgens.blogspot.com/ criado pela Margarida Menezes, conhecida na net como Magui, uma mulher de 26 anos que se assume, sem complexos, como virgem, à espera do momento certo para deixar de o ser numa entrega "de Corpo e Alma". A ideia do clube surgiu de um clube semelhante que existe no Brasil, dinamizado por uma cantora de grande sucesso Sandy (da dupla Sandy e Junior).

Quero felicitá-la aqui pela sua iniciativa, pois são poucas as jovens da sua idade que tenham tão grande coragem em assumir as suas verdadeiras convicções, quando vivemos num mundo inundado de propaganda direccionada ou implícita na ideia do sexo....



E mais: concordo com ela!

Já não sou virgem, como é obvio, pois sou casada , vai fazer 9 anos em Setembro, e tenho dois lindos filhotes. Mas tinha a mesma convicção: apenas me entregaria, um dia, ao meu príncipe encantado, quando sentisse por ele um grande amor e tivesse a certeza que seria a pessoa certa para ser o pai dos meus lindos filhos.

Hoje sou casada e não me arrependi por ter esperado pela hora certa. O desejo misturado com amor pela pessoa amada só tornou o momento, não só dos mais importantes da minha vida, como também dos mais belos já vividos...


Magui só lamenta quando os seus amigos comentam, o facto de continuar a "parecer a ser uma menina de 15 anos", enquanto as outras casam e têm filhos.
Esses tipos de comentários quase todas as mulheres ( senão todas), que demoram um pouco a encontrar a sua alma gémea estão sujeitas a ouvir...Infelizmente faz parte da mentalidade portuguesa, em especial nos meios mais pequenos, onde ainda acham que a mulher para ser "bem vista" na sociedade, deve ser casadoira...senão há algum problema com ela... O mesmo já não se aplica aos rapazes...

Enfim, o que interessa é não ligar a esses comentários e seguir a vida como queremos viver.

Porque:

É preciso viver tudo o que a vida nos proporciona para sermos felizes, mas cada coisa no seu tempo, como tudo na vida.

Há tempo para aprender a andar, a comunicar e amar.

sábado, 18 de abril de 2009

Blogagem colectiva




Fui convidada para participar na blogagem colectiva sobre Monteiro Lobato, a propósito do dia nacional do livro infantil , comemorado hoje, dia 18 de Abril, no Brasil, dinamizada pela Vanessa.


Conheço grandes nomes da Literatura Brasileira, como o Jorge Amado, mas confesso que desconhecia Monteiro Lobato.


Fui pesquisar e tive uma grande surpresa: deveras foi um homem emblemático que fez muito pelo Brasil, em vários campos, mas há que destacar, sem dúvida o seu trabalho que desenvolveu pela literatura infanto-juvenil.



Atrevo-me a dizer, por tudo o que li sobre ele, que foi o "Pai da literatura infantil brasileira" .( Corrijam-me se estarei enganada).



Trata-se de um Homem que descobriu:

  • nas letras um instrumento fantástico para comunicar a todas as gerações ;

  • transmitir tudo o que o preocupava sobre a realidade do seu país contando histórias fantásticas que encantou e ainda encanta pequenos e graúdos ;

E eu...




... descobri que foi o autor da História do Picapau Amarelo, que eu seguia religiosamente na televisão, cá em Portugal, quando fazia parte do mundo da pequenada.




... sou da geração que teve o privilégio de acompanhar todas as aventuras de Narizinho e os seus companheiros, a querida Tia Nastácia e a inesquecível boneca Emília. Não perdia um!




...Tenho pena não ter crescido com as letras de Monteiro Lobato… infelizmente não tive a sorte de encontrar os seus livros, que certamente fizeram sonhar todas as outras crianças da minha idade .





O tempo pode não voltar atrás,mas acredito que poderei voltar a ser criança e reviver todos aqueles momentos mágicos, que só as crianças têm, quando tiver a oportunidade de descobrir esse mundo fantástico com os meus filhotes, que adoram e devoram histórias , para sonharem com elas nas suas longas noites de Inverno.


Também descobri que ainda há muito para ler e aprender com os nossos irmãos do outro lado do Atlântico , especialmente agora que vivemos em plena era da globalidade.

Aproveito esta blogosfera para fazer um apelo:

Tragam para o lado de cá a vossa cultura para partilharmos ideias
Ainda temos muito para aprender com vocês e vice-versa!




E parabéns à Ariadne por esta iniciativa!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O prazer




Quando se fala no dia-a-dia sobre o prazer, a primeira ideia que vem é a ideia do prazer sexual. Torna-se é difícil não deixar de se associar a essa ideia, pelo facto de sermos bombardeados com anúncios publicitários, filmes de várias temáticas, que insistem em passar a mensagem do prazer como sinónimo de sexo. O sexo é um dos pequenos grandes prazeres carnais que o ser humano tem o dom de sentir e apreciar para além do simples acto de fazer renascer uma nova vida.


Há quem associe o prazer à verdadeira felicidade. Mas pode corre sérios riscos de não encontrar tal felicidade, se apenas espera encontrar meros prazeres do momento, por vezes artificiais e ocos de sentimentos.


Mas ao associarmos o prazer, apenas ao sexo, estamos a reduzir e a esconder o seu verdadeiro potencial .


Antes de mais, é urgente relembrar o significado dessa palavra:
Prazer: comprazer; agradar; sentimento ou sensação agradável, júbilo, contentamento, alegria; agrado a meu(teu, seu) prazer; à minha (tua, sua) vontade; verbo defectivo conjugado apenas nas 3ªs pessoas.” In:Guedes Fernando, direc. de, Enciclopédia, Editorial Verbo, 2004.

Como podemos verificar, “é sentimento ou sensação agradável”.


Todos os nossos sentidos estão preparados para sentirmos pequenos prazeres no nosso dia a dia, desde o simples acto de acordar ,ao som daquela melodia preferida “What a wonderful world”, e saborear o café da manhã, bem quentinho, enquanto assiste, calmamente ao amanhecer, com os raios multicolores revigorantes que convidam para começar bem o dia.

A felicidade está nos pequenos momentos que vamos vivendo ao longo da vida. Quem souber apreciar e valorizar momentos e sensações tão simples e simultaneamente únicos, como:
relaxar com um banho quentinho ,
comer pão acabadinho de sair do forno todas as manhãs,
dar um passeio pelo campo, ao som do cuco e de pardais, livre de preocupações,
ler um bom livro confortavelmente numa espreguiçadeira no final das tardes de Verão,
degustar o bacalhau com natas com um sublime vinho branco, de chorar por mais,
correr na praia no Inverno, com a família

... está a redescobrir a beleza da vida.

Mais do que saber apreciar as pequenas coisas da vida…é poder fazer o que mais gosta de fazer, mas nem sempre o dia-a-dia o permite, especialmente para uma mulher, que tem tanto para fazer:
É Ter prazer de se conhecer a si mesma!
É o desejo de estar sozinha umas horas, uma tarde, um dia , num encontro a sós com a pessoa que somos e ter experiências só nossas.
O verdadeiro segredo é descobrirmos quem realmente somos e o que realmente nos faz sentir bem.
O verdadeiro prazer é sentirmo-nos bem na nossa pele! Para podermos agradar e partilhar o nosso prazer com os outros.
Susana Falhas

quarta-feira, 8 de abril de 2009

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Mulher americana: louca, stressada e altamente cotada?

A revista portuguesa "Focus" publicou na semana passada uma entrevista a Camille Paglia, uma ensaísta e escritora americana, professora de Humanidades e Estudo dos Média na Filadéfia e intelectual revolucionária, com apetência para temas como o feminismo.

Imagem retirada da Internet: Camille Pagia

Trancrevo um excerto dessa entrevista, onde fala um pouco sobre a realidade feminina nos Estados Unidos da América, para partilhar convosco:

"(...) F- Tantos anos de pós-feminismo e as mulheres parecem continuar a viver em conflito com os seus diversos papéis. Há solução à vista?
CP. Não. É um dilema terrível quando as mulheres aspiram a ter filhos e carreira. Não por uma questão de discriminação, mas porque a natureza deixou o fardo da gravidez para as mulheres. Vemos nos tempos modernos uma evolução da antiga família ampliada, em que diferentes gerações viviam juntas, rumo ao modelo em que as pessoas vivem isoladas em famílias nucleares, pai e filho, seja mãe divorciada e filho ou mãe solteira e filho. Isso põe as mulheres sob pressão enorme para fazer coisas que antigamente eram feitas pelas parentes. Hoje, quanto mais bem sucedida a mulher, mais distante ela se posiciona desse modelo. Logo, sofre um nível de intensidade nervosa e de exaustão sem precedentes na História. Alguém teve uma avó agitada?


F- As mulheres perdem com isso?
C.P. - Claro. A feminilidade americana hoje é stressada, é louca, é altamente cotada. Todas as mulheres querem ser a Carrie de Sexo e as Cidade. Não acho nada estranho que tantos rapazes bonitos e inteligentes não queiram casar ou sejam gays. O máximo que uma mulher jovem e bem posicionada na carreira tem a oferecer é uma instigante conversa sobre o trabalho ou um empolgante almoço de negócios. É um tédio converssar com elas.(...)
Juliana Linhares
in Focus, nº 495,25/03/ a 31/03/2007,


Esse dilema certamente não se vive só na América.

Cada vez mais a mulher, seja de que nacionalidade for, atravessa esse difícil dilema, em pleno século XXI . Mas será que estamos a correr o risco de sermos "loucas" e desisnteressantes para os nossos namorados ou maridos?
Será esse o preço a pagar por uma carreira bem sucedida?
É urgente parar para repensar as nossas prioridades, enquanto mulheres com carreira e mães de família.